A luva antivibração é um EPI que se destina a atenuar o efeito da vibração ocupacional no corpo humano e a evitar os problemas de saúde que surgem como consequência desse tipo de tremor.
Muito comum em segmentos como a construção civil e a indústria, é um equipamento obrigatório para a segurança no trabalho e também para aumentar a produtividade da equipe.
Para aprofundar o entendimento sobre esse item, conversamos com Ronaldo Araújo, Engenheiro de Segurança do Trabalho. Ele explicou os benefícios das luvas antivibração e os critérios para sua escolha. Continue a leitura e saiba como investir na proteção individual dos trabalhadores, com melhoria na continuidade das operações, na qualidade dos produtos e na imagem da empresa.
O que é luva antivibração?
É um equipamento de proteção individual — EPI — que protege contra os riscos causados pela vibração constante, em mãos e braços e que oferece proteção mecânica (resistência à abrasão, corte, rasgamento e perfuração).
Trata-se de um equipamento obrigatório, feito de fibra sintética revestida e bastante resistente, que absorve vários tipos de vibração, oferecendo conforto e segurança para o profissional que a utiliza. Facilmente reconhecida pelos gomos que ocupam toda sua parte externa, a luva antivibração é regulamentada pela NR 6 e portaria 452, que regulamentam como devem ser testadas e usadas.
Quando utilizar luva antivibração?
Segundo Ronaldo Araújo, Engenheiro de Segurança do Trabalho, “as luvas antivibração são indicadas quando o trabalho se dá com ferramentas de alta rotatividade ou máquinas de grande vibração.” Ou seja, ela deve ser utilizada por todos os profissionais que enfrentam diariamente uma vibração ocupacional constante — movimento oscilante em um determinado ponto, que pode ser medido em Hertz.
Este tipo de vibração está presente nas tarefas do marteleiro, daqueles que operam máquinas de compactação, britadeiras, ferramentas de polimento, brocas e qualquer outro equipamento que gere forte estremecimento.
“Devido à natureza dos equipamentos citados, existem algumas indústrias nas quais as luvas antivibração tem uma utilização bem mais requerida. Entre elas, podemos citar a indústria da construção civil, toda a cadeia de manufatura, a mineração e até mesmo a agricultura”, explica Ronaldo Araújo.
Entre os fatores que devem ser considerados para determinar qual é a melhor luva antivibração para uma determinada tarefa estão o ponto de aplicação da vibração, assim como sua frequência (velocidade com que oscilam os ciclos) e a aceleração, além do tempo que o funcionário passa exercendo a atividade. São utilizadas para evitar os riscos de fortes dores musculares, náuseas, tonturas e enjoos.
A exposição frequente a tarefas ocupacionais dessa natureza pode agravar disfunções de saúde já existentes e até gerar outras, como problemas cardíacos, de coluna e impotência sexual.
Cabe ao profissional responsável pela Segurança do Trabalho determinar o uso desse equipamento de proteção individual, bem como de estabelecer pausas periódicas na jornada de trabalhador — fundamentais para a redução dos efeitos nocivos causados pela excessiva exposição a essa vibração.
Quais os benefícios da luva antivibração?
O uso desse EPI oferece múltiplos benefícios tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. Ronaldo Araújo afirma que “as luvas antivibração têm um grande impacto em todo o ecossistema no qual estão ligadas.” Para os trabalhadores, a utilização dessas luvas significa uma redução significativa dos riscos de lesões causadas pela vibração constante. Com menor incidência de afastamentos por motivos de saúde, os profissionais se sentem mais seguros e valorizados.
Além de proteger contra a síndrome do dedo branco e outras condições, essas luvas aumentam a produtividade. Trabalhadores mais protegidos tendem a ser mais eficientes e a cometer menos erros. “A maior produtividade do corpo de funcionários também traz uma operação mais eficiente para a empresa,” destaca Araújo.
Para as empresas, os benefícios incluem a redução de riscos ocupacionais e a diminuição de custos com afastamentos e tratamentos médicos. O uso de EPIs adequados também minimiza a probabilidade de ações trabalhistas decorrentes de doenças ocupacionais.
Como evitar os riscos da vibração ocupacional?
Além do uso da luva antivibração, há outras estratégias que podem ser adotadas para evitar o risco de danos à saúde que resultam da vibração ocupacional. Algumas dessas medidas são:
Ferramentas de controle de impacto
As ferramentas de controle de impacto são itens utilizados para reduzir os efeitos gerados por máquinas como as britadeiras e as ferramentas de polimento. Elas ajudam a aumentar a eficiência das luvas antivibração, pois diminuem a frequência de vibração experimentada pelo profissional.
Repouso entre atividades
Como dissemos, pausas programadas na rotina do profissional ajudam a diminuir a frequência com que ele é exposto ao risco da vibração ocupacional, permitindo que o corpo se recupere razoavelmente e impedindo sofrimentos desnecessários.
Massagens nos dedos e braços
Dedos e braços são partes relativamente mais frágeis do corpo dos trabalhadores das tarefas mais afetadas pela vibração ocupacional, portanto, merecem redobrada atenção em relação à redução do impacto experimentado por eles. Nesse sentido, as massagens relaxantes nos dedos e nos braços são frequentemente utilizadas como estratégia para combater os riscos de danos a esses membros.
Orientação e treinamento
Assim como acontece com outros perigos característicos de certas ocupações, o conhecimento pode salvar vidas e reduzir os problemas de saúde advindos da vibração ocupacional.
Treinar e orientar os colaboradores — tanto a respeito do uso da luva antivibração quanto dos demais equipamentos, serve para minimizar os inúmeros efeitos prejudiciais dessas atividades, fazendo toda a diferença no combate das doenças resultantes da exposição à vibração intensa.
Manutenções periódicas
Outro ponto importante para que as luvas antivibração tenham o efeito desejado é a realização de manutenções periódicas das máquinas utilizadas visto que, uma máquina desregulada pode emitir mais Hertz de vibração do que o necessário, resultando em problemas diversos para o colaborador.
Como escolher uma luva antivibração?
Agora que você já sabe o que é vibração ocupacional e qual o papel da luva antivibração na redução dos danos causados por ela, que tal entender como escolher a luva certa para a sua equipe? Confira os pontos abaixo.
Nível de vibração
Escolher a luva antivibração adequada começa pela avaliação do nível de vibração ao qual o trabalhador está exposto. Ronaldo Araújo explica que “as luvas devem ser escolhidas de acordo com o nível de vibração encontrado após todas as medidas ambientais de trabalho serem aferidas.” Esse cuidado é indispensável para que a luva ofereça a proteção necessária contra os diferentes graus de vibração.
Também é necessário considerar a frequência e a intensidade da vibração, bem como o tempo de exposição do trabalhador. Equipamentos como perfuratrizes e britadeiras, que geram vibrações mais intensas, exigem luvas com maior capacidade de absorção.
Qualidade do material
A qualidade do material da luva deve ser prioridade no momento da escolha. Para garantir a compra de um equipamento realmente efetivo, verifique do que foi feita a luva e execute testes de campo com alguns modelos para identificar qual delas será a melhor no atendimento das demandas do seu ambiente de trabalho.
Possibilidade de ajuste
Outro critério importante na escolha de uma luva antivibração é a possibilidade de ajuste ao tamanho da mão do trabalhador. Ronaldo Araújo enfatiza que o colaborador deve se sentir confortável ao executar seu trabalho. Uma luva bem ajustada oferece melhor proteção e permite que o trabalhador manuseie as ferramentas com mais precisão.
Além do ajuste, é preciso que a luva permita uma boa mobilidade. “A destreza é um aspecto importantíssimo, pois as mãos precisam ter firmeza para manusear o equipamento em questão,” afirma Araújo. Desse modo, luvas que se ajustam bem e permitem liberdade de movimento ajudam a prevenir acidentes e aumentam a produtividade no trabalho.
Atendimento a regulação
Também é importante se certificar de que a luva escolhida atende não só a NR 6, mas as outras normas importantes como a ISO 10819:1996. A ISO é uma norma europeia que determina os testes que o fabricante deve fazer com a luva para garantir a sua efetividade.
Escolha do fornecedor
Por último, não se esqueça de que, tão importante quanto o modelo, a qualidade do material e suas certificações, uma boa escolha deve levar em consideração o relacionamento entre o fornecedor e a sua empresa.
Somente um fornecedor competente e com notoriedade no mercado — que tem equipamentos com Certificado de Aprovação e que atendem a todas as normas técnicas necessárias para garantir sua eficiência — será capaz atendê-lo adequadamente além de vender o equipamento que trará os melhores resultados para os seus trabalhadores.
Após a avaliação dos riscos ambientais no seu trabalho você poderá detectar a necessidade de uso de luva antivibração e determinar qual é o modelo ideal para as atividades.
Quais os cuidados com a manutenção da luva antivibração?
Assim como todos os EPIs, as luvas também precisam de manutenção para garantir a proteção do trabalhador. Para isso, faça inspeções regulares para identificar sinais de desgaste, como rasgos, perfurações ou perda de flexibilidade. Luvas danificadas devem ser substituídas imediatamente para manter a proteção adequada.
A limpeza deve seguir as recomendações do fabricante, geralmente utilizando água morna e sabão neutro. Evite produtos químicos agressivos que podem comprometer o material. Após a lavagem, deixe as luvas secarem naturalmente, longe de fontes de calor direto, para evitar deformações.
Armazenar as luvas em um local seco e ventilado, longe de luz solar direta, é um ponto de extrema importância para preservar suas propriedades.
As luvas antivibração são indispensáveis para proteger a saúde dos seus colaboradores e aumentar a produtividade da sua empresa. Mas, para isso, é preciso contar com um bom fornecedor e ter os cuidados necessários, tanto de uso quanto de manutenção e armazenamento.
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