Lei do uso de EPIs: entenda as penalidades para quem não cumpre

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Se você trabalha em áreas com alto risco de acidentes, como construção ou indústria, sabe que o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) é indispensável para diminuir as ocorrências de mortes e ferimentos. A advertência por não uso de EPI é o principal recurso de que as empresas dispõem para impelir os funcionários a mudarem de comportamento. Para isso, é preciso estar de acordo com a Lei 6.514/77.

A lei do uso de EPIs faz parte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e é um importante instrumento de proteção da segurança do trabalhador. O descumprimento dela pode resultar em multas onerosas para o seu negócio. Por isso, conhecer os procedimentos para notificar e penalizar funcionários, que repetidamente descumprem o uso de equipamentos de proteção, é bastante importante.

Quer conhecer melhor a advertência por não uso de EPI e como ela pode ajudar você a cumprir a lei? Continue a leitura!

O que diz a Lei do EPI?

A lei do EPI é a norma máxima sobre o uso de equipamentos de proteção individual. O uso deles passou a ser obrigatório com a Lei 6.514/77 da CLT e é regulamentado pela NR6, que versa sobre quais equipamentos são EPIs.

Contudo, além de determinar as circunstâncias do uso e responsabilidades de empregador e empregado em relação aos dispositivos de segurança, essas normas também orientam sobre a fabricação e a comercialização desses equipamentos. Elas indicam que é obrigatório que todo EPI tenha o certificado de aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego, mesmo quando eles são importados de outros países.

As normas mostram também que cabe à fabricante incluir instruções claras, em língua portuguesa, sobre o uso do EPI e realizar manutenções.

Quais os principais tipos de EPIs?

Você sabe quais os principais tipos de EPIs que devem ser utilizados pelos trabalhadores? A seguir, listamos alguns deles. Confira! 

Proteção auditiva

Esse é um tipo de equipamento utilizado pelos funcionários que costumam se expor a ruídos altos de forma constante. Os itens mais comuns que os profissionais utilizam para proteção auditiva são os tampões ou o tipo inserção moldável (plug). Contudo, também é possível utilizar protetores em formato de fone, concha ou no modelo de abafador. A sua utilização vai depender do tipo de serviço que será realizado. 

Proteção respiratória

Esse é um tipo de EPI que serve para proteger o indivíduo contra agentes químicos e demais serviços orgânicos que tendem a prejudicar a saúde do colaborador. Alguns exemplos que podem ser utilizados são os respiradores com filtro e as máscaras. Assim, por meio desses itens, é possível proteger o funcionário de poeira, névoas, fumos, gases, vapores, entre outros agentes. 

Proteção facial

Existem alguns trabalhos que fazem com que o colaborador fique mais suscetível a respingos químicos e partículas em direção ao seu rosto. Para evitar que isso aconteça, é fundamental usar a máscara de proteção. O item é elaborado em placas de acrílico transparente e ajuda a proteger o rosto sem prejudicar a sua visão durante a execução de sua atividade. 

Proteção visual

Os óculos de acrílico translúcido são algumas das opções de proteção visual contra o impacto de quaisquer partículas que venham a atingir os olhos do profissional. Além disso, também é possível contar com modelos mais escuros, que ajudam a evitar a radiação UV e a iluminação muito intensa.  

Proteção contra quedas

Quando as tarefas são realizadas em uma altura acima de 2 metros do chão, é preciso fazer o uso de EPIs como talabarte, trava-quedas, cinturão de segurança e ancoragem. Esses itens são essenciais para evitar quedas em locais altos e de muita instabilidade.

Proteção das mãos

Outro EPI obrigatório pela Lei 6.514/77 é o utilizado para proteger as mãos, como luvas e dedeiras. O uso do equipamento correto ajuda a evitar acidentes que impossibilitem o uso das mãos. Por isso, muitas empresas recomendam a utilização desse tipo de item em tempo integral durante as atividades de trabalho

Em quais situações o EPI deve ser usado?

A pessoa capacitada para determinar se há necessidade de EPI é o técnico de segurança do trabalho. Havendo necessidade, esse profissional informará que tipos de proteção precisam ser usados em cada local.

A necessidade de EPI pode existir em qualquer tipo de ambiente de trabalho que apresente fatores de risco à segurança e à saúde dos empregados, não somente nas áreas de atuação mais comumente consideradas perigosas ou insalubres.

Quais as obrigações de empresas e empregados?

Cabe à empresa oferecer todos os EPIs necessários para uso no trabalho, em número suficiente para os funcionários, bem como promover substituições ou reparos, para que estejam sempre prontos para uso. É proibido cobrar ou descontar do colaborador o valor referente aos equipamentos de proteção individual, a não ser que ele tenha feito mau uso deles.

Também é responsabilidade exclusiva do empregador prestar esclarecimentos aos trabalhadores sobre a forma correta de usar os equipamentos e as consequências de não fazê-lo.

As responsabilidades do funcionário são usar a proteção sempre que estiver exposto a situações de risco e conservar os seus equipamentos em bom estado.

Quais são as consequências legais do descumprimento?

Pela lei do uso de EPIs, qualquer tipo de estabelecimento pode ser interditado se a fiscalização encontrar funcionários trabalhando sem proteção em ambientes de risco.

Caso o risco seja em relação à medicina do trabalho (como em intoxicações ou contaminações), a empresa é multada em valores que vão de 3 a 30 vezes o salário mínimo vigente. Se forem identificados riscos de segurança do trabalho (quedas, amputações), a multa vai de 5 a 50 salários mínimos. Reincidências ou tentativas de fraude resultam sempre no valor máximo da multa.

A determinação do valor a ser pago no caso de multa é feita por laudo pericial, em que é analisada a gravidade da situação. A empresa poderá, ainda, sofrer processo cível e/ou trabalhista.

Quando é o funcionário que deixa de utilizar o EPI disponibilizado, mesmo após ser orientado sobre a importância dele, o seu empregador pode aplicar procedimentos disciplinares (como advertência seguida de suspensão ao reincidir) e até demiti-lo por justa causa.

Como incentivar o uso de EPI na empresa?

Há uma série de ferramentas à disposição do empreendedor para incentivar o uso de EPIs no local de trabalho. Campanhas de conscientização, por exemplo, são bastante populares nas empresas, porque orientam os funcionários e, ao mesmo tempo, incentivam o uso dos equipamentos de proteção.

Para quem costuma deixar o equipamento protetivo de lado com frequência, a advertência por não uso de EPI é outro dos recursos disponíveis para contornar a situação.

Conheça estratégias que vão ajudá-lo a implementar, com sucesso, o uso de equipamentos de proteção individual entre os seus colaboradores!

Campanhas internas de conscientização

Lembrar frequentemente os funcionários da necessidade de usar equipamentos de proteção individual é o primeiro passo para que eles sejam bem-sucedidos nessa tarefa. Campanhas, com a distribuição de material impresso e a colocação de cartazes e placas pelo ambiente de trabalho, são excelentes para fazer isso. Elas tornam os EPIs parte da rotina dos colaboradores e são excelentes para evitar acidentes.

Adicione esses lembretes em áreas-chave da empresa, como o espaço onde os colaboradores tomam café, os armários em que guardam seus itens pessoais e os banheiros. Ao ver aquelas mensagens com frequência, será muito mais difícil se “esquecer” de usar um EPI.

Treinamentos de EPI semestrais

Até desenvolver a conscientização sobre o uso de EPIs na sua empresa, você levará um tempo. Por isso, precisará programar uma série de treinamentos para a equipe, preferencialmente mais de uma vez por ano.

Os treinamentos semestrais são uma oportunidade para estimar quantos dos seus colaboradores já têm domínio sobre os equipamentos de proteção individual e quais deles ainda precisam aprender mais e se habituar com o uso deles.

Empresas com taxas maiores de rotatividade ou crescimento verão que é preciso investir em treinamento em mais ocasiões, principalmente ao contratar funcionários. Já aquelas que contam com uma base de colaboradores estável há certo tempo, observarão esses treinamentos se tornarem cada vez menos frequentes, conforme todos os colaboradores são educados sobre o uso de EPI.

Advertência por não uso de EPI

A advertência por não usar EPI ou por mau uso de EPI é um recurso formal, no qual a empresa demonstra insatisfação com um colaborador em particular porque ele não tem cumprido com as regras. Ela é uma forma de documentar que, mesmo dispondo dos equipamentos de proteção individual, foi escolha do colaborador descumprir com as regras. Assim, serve para isentar o negócio da responsabilidade sobre a demissão do empregado.

A advertência por escrito deve ser assinada e anexada na ficha do funcionário, sendo o passo que antecede uma suspensão ou uma demissão por justa causa. Munido desse documento, você poderá mostrar na justiça — se necessário — que o colaborador deu motivos para a demissão e foi orientado sobre o que fazia de errado.

Quais os riscos de não seguir a lei?

Caso não siga a Lei 6.514/77, as chances de acontecerem diversos acidentes de trabalho que deixem o funcionário incapacitado de forma permanente ou temporária são maiores. Isso pode gerar danos graves para o profissional, podendo até mesmo ser aposentado por invalidez.

A não utilização de EPIs também pode agravar, aos poucos, a saúde do colaborador. Por exemplo, quando o funcionário é exposto a um ambiente com muito ruído, ele pode apresentar surdez, da mesma forma que a exposição constante a agentes químicos pode ocasionar problemas respiratórios e outras enfermidades. 

Por isso, é fundamental que a organização incentive a utilização dos equipamentos de proteção individual pelos funcionários. Sem se esquecer de alertar sobre os riscos de não utilizá-los, incluindo o sério comprometimento da saúde do colaborador. 

Independentemente de ser proprietário de empresa, profissional da segurança do trabalho ou funcionário, é importante conhecer a Lei 6.514/77, sobre o uso de EPIs, para colaborar com um ambiente de trabalho mais saudável e seguro para todos. Ao fazer isso, é possível garantir que todos os processos serão executados corretamente, sem causar acidentes ocupacionais. 

Gostou de conhecer melhor a lei que rege os equipamentos de proteção individual e os recursos que os tornarão mais populares entre os seus colaboradores, como a advertência por não uso de EPI? Esperamos que sim.

Se você ainda não providenciou EPIs adequados para os seus funcionários ou precisa adquirir novos, entre em contato conosco e conheça as nossas soluções em segurança do trabalho!

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