Testes de EPI: você sabe por que eles são feitos?

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Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são obrigatórios em todas as funções nas quais existem fatores ambientais que podem colocar a saúde e a segurança do trabalhador em risco. Para que eles de fato cumpram sua função, é fundamental que tenham aprovação em um teste de EPI que comprove sua eficácia e resistência.

Neste post, falaremos sobre os principais ensaios realizados com esse objetivo, além de comentar sobre os motivos que levam à sua obrigatoriedade e as situações em que eles devem ser realizados. Acompanhe a leitura e saiba tudo sobre o assunto!

Tipos de teste de EPI

Todos os EPIs têm um objetivo comum: proteger o trabalhador de fatores nocivos à saúde, conforme o que é observado no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Para que eles sirvam a esse propósito, precisam estar em perfeito estado de conservação e funcionamento. Os diversos tipos de teste de EPI buscam, justamente, atestar isso. Vejamos quais são os principais!

Mãos

Para a proteção das mãos, existem as luvas de segurança. Uma empresa deve se preocupar não somente com a escolha dos modelos mais adequados para cada atividade, como também para a eficácia em relação a:

  • agentes mecânicos — testes de resistência a abrasão, corte, rasgo, perfuração e impacto;
  • agentes térmicos — testes de resistência ao frio por convecção e contato e ao calor, incluindo inflamabilidade, respingos de metal fundido e contato com fogo;
  • agentes químicos — testes de resistência à penetração e à permeação de substâncias e produtos químicos;
  • agentes biológicos — testes de resistência à contaminação por micro-organismos.

Cabeça

Para a proteção da cabeça, são usados capacetes que devem passar por testes de resistência a impactos de objetos sobre o crânio, utilizando diferentes cargas e lançando os corpos de distâncias variadas.

Olhos e face

Para os olhos e face, os EPIs indicados são os óculos de proteção, os protetores faciais e as máscaras de solda. Eles precisam ser resistentes a:

  • impactos de objetos ou partículas volantes;
  • luminosidade intensa;
  • radiação ultravioleta e infravermelha.

Ouvidos

Para a proteção da audição, são usados protetores auriculares, que servem para minimizar ruídos. Nos testes, observa-se se eles apresentam resistência e vedação contra níveis de pressão sonora superiores aos valores limites de exposição diária.

Vias respiratórias

Para as vias respiratórias, os respiradores ideais são aqueles que passam em diferentes tipos de teste de EPI, buscando atestar sua eficácia na filtração de materiais particulados, como poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos, gases e vapores.

Pés

Para os pés, testa-se se os calçados são resistentes a impactos provenientes de quedas de objetos, bem como sua eficácia na proteção contra agentes térmicos, abrasivos, escoriantes, perfurantes, cortantes, além de descargas de energia elétrica.

Tronco e membros

Para a proteção do corpo, as vestimentas como macacões de segurança, jalecos e japonas devem ser bem-sucedidas em testes de resistência a agentes térmicos e químicos.

Como são feitos os vários tipos de teste de EPI?

Cada espécie de equipamento passa por diferentes ensaios que buscam comprovar sua resistência frente aos agentes ambientais sobre os quais deve oferecer proteção. Esses testes são sempre guiados pelas orientações de alguma norma técnica, como a EN 388:2016 para riscos mecânicos em luvas de segurança.

Utilizando como exemplo o segmento da construção civil, podemos citar como riscos ambientais mecânicos:

  • abrasão — superfícies como paredes, vergalhões, blocos, entre outros;
  • corte — manipulação de telhas, chapas, espátulas etc.;
  • rasgamento — alguma situação em que a mão faça o movimento rotacional e a luva possa se romper, desde a amarração de vergalhão com arame recozido até um simples torcer de pano;
  • perfuração por punção — no uso de ferramentas pontiagudas, como chave de fenda.

Na realização de um teste de EPI, são usadas amostras do equipamento e simuladas as situações de risco. De acordo com o desempenho do material, é atribuído um certificado que, normalmente, segue uma classificação de eficácia.

Citando novamente a EN 388:2016, em um ensaio de resistência à abrasão, por exemplo, a luva de segurança é submetida a um processo de lixamento sob pressão de 9 +/- 0,2 kPa, buscando observar sua eficácia frente ao desgaste ocasionado pelo óxido de alumínio.

O fator de proteção é atribuído, então, de acordo com a quantidade de rotações necessárias para fazer um furo no material do EPI, em uma escala de 0 a 4, sendo 0 uma luva que foi reprovada no teste e 4 uma amostra que oferece excelente resistência.

Quando e por que é feito o teste de EPI?

Sumariamente, o teste é feito para criação, renovação ou atualização de um novo Equipamento de Proteção Individual (EPI). O fabricante do produto solicita a realização dos ensaios para algum laboratório credenciado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Após realizados os testes, o local emite um laudo detalhando os resultados obtidos. Com o documento em mãos, o fabricante protocola no MTE para que seja feita a emissão, atualização ou renovação do Certificado de Aprovação (CA).

Os equipamentos também podem ser submetidos a testes para verificar sua condição após algum tempo de uso. Infelizmente, essa situação não é tão frequente quanto necessário, tendo em vista que prezar pelo bom estado de conservação e funcionamento dos EPIs deveria fazer parte da cultura de todas as empresas.

Nesses casos, o cliente solicita ao fabricante ou laboratório credenciado que sejam realizados novos ensaios para saber se o EPI ainda está em condições adequadas, após algum tempo de utilização.

É por meio desses testes que é possível saber com exatidão — ou seja, de forma quantitativa — a vida útil de determinado EPI, bem como seu desempenho frente aos agentes ambientais, definindo se, de fato, o equipamento garante a proteção do trabalhador.

Dessa forma, podem-se adotar ações para aumentar e/ou diminuir a vida útil do produto ou, em casos em que o EPI não atende às necessidades da empresa que os utilizará ou do fabricante, é possível pensar na troca de fornecedores ou marcas, colocando sempre a segurança e a saúde do trabalhador em primeiro lugar.

O que diz a lei sobre o teste de EPI?

Os critérios para a realização dos vários tipos de teste de EPI devem seguir os preestabelecidos na Portaria N.º 452, de 20 de novembro de 2014. Nela, são descritas orientações quanto aos Certificados de Aprovação, que somente são reconhecidos pelo MTE quando emitidos por laboratórios credenciados, tanto nacionais quanto alguns organismos estrangeiros.

Além de serem resistentes aos agentes de risco, os EPIs precisam estar de acordo com recomendações observadas em sua concepção e fabricação, como a necessidade de se considerar o conforto e a facilidade de uso por diferentes grupos de trabalhadores.

Após a leitura deste post, você já sabe as principais informações sobre os tipos de teste de EPI mais comuns, por que eles são feitos e quando são recomendados. Agora, lembre-se de conferir a qualidade dos equipamentos utilizados na sua empresa, garantindo que os funcionários estejam, de fato, seguros.

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