10 principais equipamentos utilizados em trabalhos em altura

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Dentre os diversos tipos de acidentes de trabalho, destacam-se os que estão relacionados às atividades desempenhadas em elevadas alturas. Dessa maneira, torna-se indispensável o aprofundamento sobre equipamentos para trabalho em altura.

Nesses ambientes de altura elevada, é fundamental que haja colaboradores muito bem treinados, capacitados o suficiente para instruírem o restante da equipe a respeito de medidas de segurança. Com certeza, as estatísticas de acidentes de trabalho seriam menos preocupantes se, em todos os ambientes de risco à saúde, tivessem colaboradores bem instruídos.

Se, em terra firme, o uso de EPIs já se torna essencial (e, mesmo assim, acaba sendo muitas vezes negligenciado), em grandes alturas, é simplesmente imprescindível, por conta dos diversos riscos que esse tipo de serviço pode oferecer.

Dessa forma, destacaremos abaixo 10 equipamentos e EPIs que obrigatoriamente devem ser usados para trabalhos em altura, bem como quais riscos o trabalhador corre se não estiver devidamente equipado. Confira!

Quais os principais riscos de um trabalho em altura?

O principal risco que se corre em um trabalho em altura, evidentemente, é a queda. Contudo, é importante considerar outros riscos e sempre se certificar de que o trabalhador está devidamente equipado. Os riscos de acidente podem estar associados à natureza ou à situação do local onde a atividade será executada, assim como os perigos referentes à tarefa do profissional.

Portanto, em todo ambiente de trabalho, inclusive em alturas, é necessário fazer uma avaliação chamada Análise de Risco (AR), em que serão considerados todos os perigos típicos da atividade exercida no ambiente de trabalho. Vale também analisar riscos adicionais e as possíveis ameaças inerentes à tarefa.

Tendo vista que a queda do trabalhador é um dos principais riscos, é necessário buscar por equipamentos que garantam a segurança da pessoa. Essa possível queda pode acarretar sérios problemas à integridade física do trabalhador, podendo até mesmo levar ao óbito, dependendo da altura e da lesão que acontecer.

Também é necessário se preocupar com a queda de materiais e equipamentos que possam atingir as pessoas que estejam abaixo da posição de trabalho. Isso também pode provocar acidentes sérios, que são de responsabilidade do trabalhador e da empresa encarregada do serviço.

Por fim, existem também os riscos externos à tarefa que está sendo executada, como aspectos meteorológicos e outros relacionados ao meio ambiente. Muitas vezes, os trabalhadores devem exercer tarefas em locais com baixas temperaturas, devido à altura ou até mesmo a altas temperaturas envolvendo fogo (como soldagem). Para isso, existem equipamentos para trabalhos em altura destinados para as duas situações.

Para a escolha desses EPIs de trabalho em altura, deve-se considerar atentamente cada atividade que será realizada, fornecendo, assim, todos os equipamentos que protegem o trabalhador desses riscos que podem resultar em acidentes de trabalho. A NR 35 que regulamenta os EPIs para condições de trabalho em altura.

Quais são os equipamentos necessários para trabalhos em altura?

Veja alguns dos EPIs indispensáveis para os trabalhadores que operam nas alturas.

1. Ancoragem

Trata-se de um elemento estrutural fixo o qual o trabalhador usará como base para ancorar-se, ou seja, onde cabos, cordas, cintos e/ou conectores serão ligados. É importante destacar a necessidade de se fazer uma boa análise prévia pela equipe de trabalho para definir o melhor ponto de ancoragem, pois, em caso de falha nos outros equipamentos de segurança, a ancoragem é responsável por sustentar o colaborador.

2. Cinto de segurança

Mais comum no modelo semelhante ao usado por paraquedistas, esse dispositivo de segurança envolve o corpo humano na região do peitoral, acima dos ombros e entre as coxas. Vale ressaltar a importância de se ter mais de um ponto de sustentação no corpo do colaborador, visto que, em caso de uma queda, o tranco sofrido pelo funcionário quando o cinto for acionado será distribuído ao longo dessas regiões corporais.

3. Conectores

Conhecido também como componente de união, como o próprio nome já diz, é responsável por ligar os diversos elementos de um sistema de proteção contra queda. Há ocasiões nas quais também pode ser adicionado o absorvedor de energia. Podendo ser encontrados na forma de trava manual ou automática, os principais são: tipo gancho; tipo gancho pequeno; mosquetão e malha rápida.

4. Cordas e cabos

Na grande maioria das situações, cordas e cabos são os equipamentos que fazem as diversas ligações entre o corpo humano e outros dispositivos de segurança. Ou seja, elaborar um bom sistema de trabalho por cordas é de extrema importância, já que além de representar uma proteção contra quedas, serve também para meios de acesso, movimentação e mobilidade.

5. Escadas

Mesmo em alturas não consideradas elevadas, é inadmissível um funcionário ter que escalar obstáculos para alcançar o ponto de trabalho. O uso de escada é essencial, já que muitas quedas poderiam ser evitadas por esse equipamento. Infelizmente, em várias situações, a ferramenta é desprezada e substituída incorretamente por pilhas de tijolos, bancos, mesas, tambores, entre outros.

6. Absorvedor de energia

Mesmo utilizando todos os outros EPIs para trabalho em altura, ainda assim, há quedas que representam sérios danos à saúde do colaborador, caso ele não utilize esse dispositivo. Isso porque, durante uma eventual queda, o trabalhador acumula energia cinética e, quando o cinto de segurança é acionado, dependendo da altura, é vital que essa energia seja dissipada de outra maneira e não transferida inteiramente para o corpo do colaborador.

7. Trava-queda

Existem 3 tipos de trava-quedas. São eles:

Trava-queda para uso em linha flexível

Dispositivo de segurança que acompanha o trabalhador durante os movimentos de subida e descida, de forma a seguir seu progresso sem a necessidade de ação manual. Conectado de maneira a deslizar-se sobre a linha de vida flexível, é responsável por fazer o bloqueio automático do movimento em caso de queda, tendo seu ponto fixo em um local acima do sistema de segurança.

Trava-queda para uso em linha rígida

Tem as mesmas funções e dinâmica de trabalho do trava-queda para uso em linha flexível, porém, é desenvolvido para atuar deslizando sobre uma linha de vida rígida, tendo sua fixação de forma a restringir a movimentação lateral do sistema.

Trava-queda retrátil

É um dispositivo que possui um elemento de amarração retrátil, caracterizado por realizar liberação, retrocesso e bloqueio imediato em caso de queda, tudo de maneira automática.

8. Talabarte

Talabartes são encontrados de duas maneiras.

Talabarte de segurança antiqueda

É um equipamento de conexão responsável por ligar o cinto de segurança ao ponto de ancoragem. Vale ressaltar que, pela norma, talabartes acima de 9 metros de comprimento necessitam ter um absorvedor de energia acoplado e que atenda à NBR 14629.

Talabarte de posicionamento

Equipamento de conexão que liga o cinto abdominal ao ponto de ancoragem, de forma a realizar um suporte posicional e restringir a movimentação do trabalhador em zonas consideradas perigosas e com alto risco de queda.

9. Luvas de segurança

Por se tratar de tarefas em altura, naturalmente, o funcionário precisa utilizar as mãos constantemente para a sua movimentação e o deslocamento. A utilização de luvas de segurança nessa ocasião se torna necessária devido ao frequente contato que as mãos têm com equipamentos que podem causar ferimentos (cordas, cabos de aço, conectores, travas).

Além desses equipamentos de segurança, destacam-se também os Sistemas de Proteção contra Quedas — SPQ, ou seja, são as várias combinações possíveis desses EPIs para específicas demandas. Infelizmente, o Brasil é um dos países campeões em acidentes de trabalho, exigindo, assim, automaticamente, a busca pela melhoria contínua dos meios de segurança.

Esse serviço só deve ser desenvolvido por uma equipe de segurança do trabalho altamente capacitada, que saiba exatamente quais os riscos que cada atividade pode representar e de qual maneira minimizá-los. É impensável um funcionário atuar nesse ramo sem o uso do devido equipamento de segurança e sem ser auxiliado por um treinado grupo de colaboradores.

10. Polias

Outro equipamento que não pode faltar nas tarefas em altura são as polias. Feitas em aço inox ou em alumínio, são elas que diminuem a carga de trabalho ao movimentar objetos pesados verticalmente.

Como é feita a prevenção de acidentes em altura?

Além do uso de equipamentos para trabalho em altura (EPI), é claro, há outras várias medidas que são implementadas nas empresas para evitar o risco de acidente em altura.

Todas essas medidas devem estar em conformidade com a Norma Regulamentadora 35, que define o que é trabalho em altura e como ele deve ser realizado.

Abaixo, você confere quais são essas regras e que boas práticas podem ser implementadas no seu negócio para evitar o risco de acidente nos trabalhos em altura.

Capacitação dos trabalhadores para trabalho em altura

A primeira e mais importante medida para realizar o trabalho em altura com segurança é a capacitação dos colaboradores. O treinamento de trabalho em altura deve ser focado não apenas no uso de EPI, como o cinto de segurança e o capacete, mas também nos procedimentos para que o trabalho em altura seja menos arriscado.

Avaliação periódica da saúde ocupacional

Em geral, o trabalho em altura precisa também de autorização para ser realizado. Essa autorização é oferecida mediante avaliação do colaborador para determinar se o seu estado mental e de saúde permite essa modalidade de trabalho.

Nessa avaliação de saúde ocupacional, são seguidas as regras do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional interno. Se um trabalhador precisa trabalhar em altura com frequência, como parte da sua função, as avaliações devem ser periódicas e acessar o risco de cada situação, inclusive avaliando o mal súbito que pode causar queda em altura — como a labirintite.

Evitamento do trabalho em altura

Outra medida para impedir que acidentes em altura aconteçam com frequência no ambiente de trabalho é simplesmente evitar o trabalho em altura sempre que possível. Por isso, as empresas devem sempre avaliar maneiras alternativas de realizar uma devida atividade, sem que seja necessário o uso de andaimes, por exemplo.

O trabalho em altura deve ser visto como a última opção para que, assim, possa se evitar colocar o colaborador em risco.

Supervisão do trabalho em altura

Há ainda uma regra em relação ao trabalho em altura que deve ser adotada nas empresas: a supervisão dessa modalidade de trabalho. O tipo de supervisão a ser oferecido depende do risco ao que o colaborador está submetido trabalho em altura, de acordo com as suas caraterísticas.

Cabe ao supervisor do trabalho em altura verificar a qualidade e usabilidade dos equipamentos e instalações e averiguar se as condições de trabalho oferecidas para o profissional são as melhores possíveis.

Análise de risco do trabalho em altura

Em qualquer situação de trabalho em altura, porém, a ação mais importante que uma empresa pode tomar é a avaliação de risco do trabalho em altura, também conhecida como Análise Preliminar de Riscos.

Nessa modalidade de análise, são avaliados critérios objetivos que influenciam a capacidade de performar o trabalho em altura, como o isolamento da área, o local e o entorno de onde serão realizados os serviços e os riscos que constam ali, o estabelecimento de sistemas e pontos de ancoragem, bem como condições meteorológicas que podem ser adversas ao trabalho em altura.

É papel do supervisor do trabalho em altura fazer essa análise de risco para cada trabalho que se encaixe nessa modalidade. Ele deve também avaliar quantos trabalhadores simultâneos serão necessários na atividade e que riscos específicos cada um deles corre. Além disso, deve traçar uma estratégia de emergência para resgate e oferta de primeiros socorros para os trabalhadores em suspensão.

Quais são as consequências negativas quando a empresa não investe em equipamentos de segurança?

Existem algumas consequências que a empresa pode sofrer caso ela não garanta a segurança adequada para o empregador, ainda mais em atividades realizadas na altura. Ela pode estar sujeita a multas que variam de acordo com o número de empregados, a infração cometida, bem como o tipo: segurança ou medicina. Quando houver reincidência ou resistência à fiscalização, esse valor pode aumentar.

Outro tipo de penalidade que pode ser aplicado quando há um risco grande à saúde, segurança e integridade física do profissional é a interdição imediata da empresa, do equipamento ou do setor de trabalho que traz esse risco. O agente de inspeção vai propor um embargo parcial ou total do trabalho e a empresa poderá recorrer desde que arque com a multa e proporcione os equipamentos devidos para a segurança do trabalhador.

Caso a empresa descumpra algumas das normas regulamentadoras, podem acontecer vários problemas. Dentre eles:

  • ação regressiva acidentária;
  • estabilidade provisória para acidentado;
  • pagamento de adicionais de insalubridade e periculosidade;
  • ação civil pública;
  • lucros cessantes até a alta médica;
  • despesas com o tratamento médico;
  • danos estéticos;
  • pensão vitalícia, em caso de morte do trabalhador, em decorrência do exercício do trabalho: danos morais, danos emergentes e pensão mensal.

Vale ressaltar também que todos os equipamentos para trabalho em altura são projetados com um bom fator de segurança, ou seja, conseguem suportar cargas bem superiores àquelas que são exigidas. Isso é importante, pois quando se trata de trabalhos em altura, não se deve trabalhar no limite da segurança.

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