Taxa de frequência e gravidade: entenda o que são e aprenda a calculá-las

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Você saberia determinar quantos dias de trabalho foram perdidos na empresa em função dos afastamentos de funcionários vitimados por acidentes de trabalho? Para chegar a esse resultado, basta entender melhor uma métrica conhecida como taxa de gravidade.

Ela é composta pelo tempo de trabalho perdido por causa de acidentes de trabalho. Junto com outros KPIs, como a taxa de frequência — calculada sobre acidentes e horas trabalhadas —, a sua empresa conseguirá entender muito melhor quais ações são necessárias para reduzir acidentes de trabalho.

Quer entender direitinho as taxas de frequência e gravidade? Continue a leitura para aprender a calcular esses indicadores de segurança do trabalho.

O que é a taxa de gravidade?

A NBR 14280 define a taxa de gravidade como o tempo computado por milhão de horas-homem de exposição ao risco em determinado período. Isso significa que é possível determinar quantos dias de trabalho foram perdidos em decorrência de afastamentos, incapacidades permanentes ou mortes para cada 1 milhão de horas de trabalho. Ou seja, esse dado determina quanto tempo de trabalho uma empresa perde em função dos acidentes em um determinado período — que pode ser um mês, por exemplo.

Por que essa medição é importante?

Muito mais que o aspecto da produtividade, pelo ponto de vista do bem-estar do trabalhador, a taxa de gravidade permite que seja feita a análise sobre a gravidade dos riscos aos quais os trabalhadores estão expostos. Assim, é possível confrontar essa informação com as medidas de segurança do trabalho que são adotadas pela empresa, a fim de atestar se elas são, de fato, eficientes ou se precisam de aprimoramento.

Quais dados preliminares são necessários para o cálculo?

Para calcularmos a taxa de gravidade, previamente precisamos saber quantos dias de trabalho foram perdidos e quantos foram debitados. Os dias perdidos dizem respeito ao tempo de trabalho no qual o empregado ficou afastado em decorrência de algum acidente de trabalho, excluindo o dia do acidente e o do retorno.

Os dias debitados são aqueles que devem ser contados no caso de morte ou de incapacidade permanente do trabalhador, em conformidade com o quadro 1 da NBR 14280. Por exemplo, a morte do trabalhador gera um débito de 6.000 dias de trabalho, ao passo que a amputação de uma mão gera 3.000 e a perda da visão de um olho 1.800 dias.

Ainda, precisamos ter a somatória das horas de trabalho de todos os empregados no período ao qual se deseja saber a taxa de gravidade, durante os quais eles ficaram expostos aos riscos de acidentes de trabalho. Por exemplo, se uma empresa tem 10 funcionários trabalhando 40 horas semanais, teremos 400 horas-homem de exposição ao risco durante uma semana (10 x 40). De posse dessas informações, basta aplicar a fórmula abaixo.

Como calcular a taxa de gravidade?

Vamos considerar:

  • TG, como sendo a taxa de gravidade;
  • T é o tempo computado pela somatória entre os dias perdidos e os dias debitados;
  • H é o dado de horas-homem de exposição ao risco.

Assim, TG = T x 1000/H

Por exemplo, uma empresa tem 500 funcionários trabalhando 200 horas/mês cada um. Então, em um mês ocorrem três acidentes de trabalho. Um deles resulta em uma amputação de perna — 4.500 dias debitados — e os outros dois em três e cinco dias de afastamento, respectivamente. Assim, teremos:

  • TG = (3 + 5 + 4.500) x 1000/ 500 x 200 = 45,08.

Isso representa que, para cada 1 milhão de horas trabalhadas, houve perda de 45,08 dias em decorrência de acidentes de trabalho.

O que é taxa de frequência?

Outra métrica importante para a segurança do trabalho, e que mencionamos logo na introdução deste artigo, é a taxa de frequência. Seu objetivo é bastante diferente do que obtemos com a taxa de gravidade. A taxa de frequência funciona como uma estimativa de acidentes por milhão de horas trabalhadas. O cálculo dessa métrica segue a NBR 14280 da ABNT e para ela não são consideradas eventualidades como acidentes no trajeto para o trabalho.

Por que medir a taxa de frequência é importante?

Dentre as métricas de segurança do trabalho, o cálculo da taxa de frequência é importante porque as empresas precisam ter esse número em mãos no preenchimento de documentos obrigatórios, como o SESMT. A obrigatoriedade do cumprimento da NR4 exige que esse dado, junto com o da taxa de gravidade, seja arquivado para consulta do Ministério do Trabalho e Emprego durante auditorias.

Quais dados são necessários para calcular?

Para identificar a taxa de frequência de acidentes na sua empresa, será necessário ter em mãos antes alguns números importantes. Eles são:

  • N, que é o número de acidentados total;
  • H, o período de horas trabalhado antes da ocorrência desses acidentes.

Esses números podem ser customizados de acordo com o tipo de resposta que você deseja obter. O N, por exemplo, pode considerar apenas aqueles acidentes que levaram ao afastamento com pagamento de indenização. Outra opção é considerar acidentes com e sem afastamento.

Como calcular a taxa de frequência?

Calcular a taxa de frequência é muito fácil. Basta seguir a fórmula que demonstramos abaixo:

  • TF = N x 1.000.000/H

Essa fórmula oferecerá uma resposta para um milhão, ou seja, qual a chance de acidentes acontecerem no período determinado pela fórmula em uma empresa X.

Como essas duas taxas funcionam juntas?

Quando combinamos os valores obtidos nos cálculos das taxas de frequência e gravidade, obtemos um valor importante para a segurança do trabalho: o índice de acidentados.

Esse número é obtido com a seguinte fórmula:

  • IA = (F + G)/100

Na qual, F é a taxa de frequência, G a de gravidade e IA o Índice de Acidentado em porcentagem.

Tomar decisões é muito mais fácil quando se pode contar com um conjunto de dados confiáveis. As taxas de frequência e de gravidade são dois indicadores relevantes para determinar o sucesso da estratégia de segurança do trabalho da sua empresa e entender o que precisa ser melhorado nesse departamento.

Agora que você já sabe como calcular a taxa de frequência e gravidade, além de por que essas métricas serem importantes, é hora de se aprofundar em prevenção de acidentes de trabalho. Apenas assim você conseguirá melhorar esses números na sua empresa.

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