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O ruído excessivo no ambiente de trabalho é um risco que muitas empresas enfrentam. Expor os colaboradores a sons altos com frequência pode resultar em sérios problemas de audição, queda de motivação, afastamentos e até redução da produtividade.
Para evitar essas consequências, o PCA, ou Programa de Conservação Auditiva, é indispensável para proteger a saúde auditiva dos funcionários, prevenindo danos que poderiam comprometer tanto o bem-estar do colaborador quanto o sucesso da empresa.
Por isso, conversamos com Ronaldo Araújo, Engenheiro de Segurança do Trabalho, para entender como o PCA pode melhorar o ambiente de trabalho e trazer benefícios. Continue lendo e descubra mais!
O que é o PCA?
O Programa de Conservação Auditiva se trata de uma prática obrigatória, prevista na NR 9, que visa a proteção da saúde auditiva dos funcionários. Isso significa prevenir que os empregados expostos a níveis de ruídos superiores aos limites de tolerância desenvolvam perda auditiva, provocada pelo ruído ocupacional.
Assim, é o conjunto de tarefas criadas com o intuito de prevenir, minimizar ou evitar as perdas ocupacionais. Isso é feito por intermédio de atividades dinâmicas, com o auxílio de uma equipe multiprofissional, que engloba várias áreas de uma organização.
Qual é o seu objetivo?
O principal objetivo do programa na empresa é a proteção à saúde do colaborador, ou seja, prevenir o desenvolvimento de Perda Auditiva por Níveis Elevados de Pressão Sonora (PAINEPS) em empregados expostos. Além disso, busca:
- minimizar os custos associados a insalubridade e ações trabalhistas;
- identificar, de maneira rápida e efetiva, os funcionários com perda auditiva e demais problemas de audição;
- adequar a companhia às exigências previstas nas normas;
- fazer o diagnóstico prévio de doenças e outras complicações;
- melhorar a rotina de trabalho dos membros da equipe etc.
Quem deve adotar o programa?
Conforme a NR 9, todas as organizações que exercem atividades nas quais os níveis de exposição do funcionário ao ruído seja acima de 80db devem implementar o programa, que deve ser desenvolvido pelos seguintes profissionais, preferencialmente:
- fonoaudiólogo;
- médico do trabalho;
- engenheiro de segurança no trabalho;
- enfermeiro do trabalho;
- e técnico de segurança no trabalho.
A avaliação do programa precisa ser feita anualmente, por meio de auditorias que considerem todas as medidas do PCA.
Quais etapas fazem parte do PCA?
A finalidade do programa é aplicar ações efetivas para elaboração, execução e gestão do Programa de Conservação Auditiva, para que a saúde dos colaboradores expostos a níveis de ruídos elevados seja preservada.
Entre as etapas que não podem deixar de ser empregadas para a criação responsável do PCA — e, assim, analisar as particularidades, atender às principais necessidades e atingir a efetiva prevenção da perda auditiva ocupacional — estão:
- análise do processo e das condições de trabalho — nesse caso, é preciso identificar as características da organização e os riscos ocupacionais auditivos aos quais os profissionais estão expostos;
- gerenciamento dos exames audiológicos — é preciso diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva funcional, direcionar e fazer os encaminhamentos apropriados para cada especialidade médica;
- gestão das medidas de controle individual: é feito o acompanhamento dos colaboradores que apresentaram uma piora da perda auditiva;
- acompanhamento ambiental — é avaliada a exposição dos funcionários a riscos ocupacionais que possam provocar perdas auditivas;
- gestão de ações de controle coletivo — práticas de controle ambiental, administrativas e medidas de controle individual;
- gerenciamento dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) — nessa etapa, é feita a indicação do EPI, documentação de entrega, treinamento para o uso correto, conservação e higienização, fiscalização dos cuidados aplicados e do uso, e averiguação do EPI quanto a seu conforto, durabilidade, entre outros.
Quais são os cuidados necessários na implementação do PCA?
Além da realização do exame de audiometria ocupacional, que se trata do recurso usado para mensurar a capacidade auditiva do trabalhador, esse programa também precisa abranger outras ações para reforçar os resultados a serem alcançados com essa medida, como:
- reconhecimento de riscos para audição;
- gestão da saúde auditiva do empregado, por intermédio da avaliação das audiometrias ocupacionais;
- medidas de proteção auditiva individuais e coletivas;
- engajamento e uso correto dos equipamentos de proteção adequados para os riscos auditivos identificados;
- treinamento dos membros da equipe.
Quais são os principais desafios na implementação do PCA — Programa de Conservação Auditiva?
Implementar o Programa de Conservação Auditiva (PCA) em uma empresa envolve desafios importantes, desde a resistência dos colaboradores até a dificuldade em manter medições e registros precisos dos níveis de ruído.
A falta de conscientização sobre a importância do uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é um dos principais obstáculos. Segundo Ronaldo Araújo, Engenheiro de Segurança do Trabalho, a resistência cultural é um problema frequente, refletindo-se no uso inadequado dos EPIs.
Também há a questão da precisão nas medições de ruído e da manutenção desses registros. Para lidar com essas dificuldades, Ronaldo destaca a necessidade de educar os colaboradores sobre os riscos da exposição ao ruído e seguir o programa de maneira adequada. O engenheiro recomenda ainda o uso de tecnologia para monitorar os níveis de ruído de forma mais eficaz.
É importante ressaltar que superar esses desafios permite que as empresas cumpram as exigências legais e proporcionem um ambiente de trabalho mais seguro, promovendo maior produtividade e melhor qualidade de vida para os colaboradores.
Qual a importância do treinamento no sucesso do PCA?
Superar os desafios na implementação do PCA é apenas parte do processo. Outro aspecto importante para o sucesso do programa é garantir que todos os colaboradores estejam devidamente capacitados e conscientes dos riscos auditivos aos quais estão expostos, e o treinamento é uma das melhores maneiras de alcançar esse objetivo.
Segundo Ronaldo Araújo, “a conscientização dos funcionários por meio de treinamentos específicos é essencial para o sucesso de um PCA”. Ele explica que, quando bem instruídos, “os colaboradores passam a identificar, por conta própria, os riscos à audição presentes no ambiente de trabalho”, o que torna o ambiente mais seguro e cooperativo. Ronaldo também destaca que o treinamento ajuda os funcionários a entender “como usar os EPIs de forma adequada, substituindo-os sempre que necessário”.
Quais são os benefícios do PCA para a empresa e o trabalhador?
O PCA melhora significativamente a qualidade de vida e o bem-estar dos funcionários, reduzindo o estresse e a fadiga causados pela exposição ao ruído. Como resultado, a produtividade aumenta e as taxas de absenteísmo e afastamento diminuem.
Além disso, ao eliminar ou reduzir os riscos associados ao ruído no ambiente de trabalho, a empresa também deixa de pagar o adicional de insalubridade, o que gera uma economia importante.
Ronaldo Araújo destaca que o PCA “melhora a cultura organizacional”, promovendo um ambiente mais seguro. Ele afirma que “os ganhos em produtividade são muito latentes”, pois os afastamentos por problemas auditivos praticamente desaparecem.
Outro ponto fundamental é a conformidade com as normas regulamentadoras, que evita multas e ações judiciais. Ao adotar um PCA corretamente, a empresa se ajusta às exigências legais, o que fortalece sua imagem no mercado e perante os funcionários.
Do mesmo modo, conforme Ronaldo aponta, o PCA “causa um bem-estar muito maior devido a uma melhor comunicação entre os funcionários, já que o sentido da audição é preservado”, criando um ambiente de trabalho mais saudável e colaborativo.
Com a implementação do PCA, os gastos com novas contratações e treinamentos também são reduzidos, assim como os custos com indenizações trabalhistas. Portanto, além de prevenir problemas e saúde, o programa otimiza os recursos da empresa, promovendo maior engajamento da equipe e contribuindo para a longevidade do negócio.
Como o PCA impacta a cultura organizacional?
A implementação do Programa de Conservação Auditiva (PCA) vai além da proteção à saúde auditiva, visto que impacta profundamente a cultura organizacional, promovendo uma mudança positiva no comportamento e nas atitudes dos colaboradores.
Quando a empresa adota o PCA de forma correta, demonstra um compromisso com a segurança e o bem-estar de seus funcionários, o que gera um ambiente de trabalho mais seguro, saudável e cooperativo.
Ronaldo Araújo afirma que o PCA “melhora a cultura organizacional prevenindo contra os riscos auditivos”. Ele destaca que, ao investir na conscientização dos trabalhadores, o programa fortalece o senso de responsabilidade coletiva em relação à saúde no trabalho.
Isso ocorre porque os funcionários começam a entender melhor os riscos do ruído excessivo e a importância do uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Como resultado, há uma maior adesão às normas de segurança e um aumento da colaboração entre as equipes.
Ainda há o fato de que quando o PCA é implementado corretamente, os trabalhadores se sentem mais valorizados e motivados. “Os ganhos em produtividade são muito latentes”, ressalta Ronaldo, explicando que a redução de afastamentos por problemas auditivos gera um ambiente mais produtivo. A empresa, por sua vez, também colhe os frutos, com uma equipe mais engajada e disposta a colaborar.
O PCA (Programa de Conservação Auditiva) envolve todo um processo de monitoramento e controle do local de trabalho, com o objetivo de eliminar os níveis sonoros capazes de gerar danos à audição do empregado e demais impactos, por meio da identificação de problemas e antecipação das ações adequadas para o controle de riscos.
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