Você realmente entende o que é biossegurança?

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Além de um sistema produtivo e eficiente, uma empresa deve ter um ambiente de trabalho que garanta a segurança de seus funcionários e que esteja de acordo com as normas regulamentadoras, para que seu sucesso seja garantido. Nesse sentido, entender o conceito de biossegurança é uma das preocupações fundamentais.

Com a pandemia de Covid-19, o conceito se tornou ainda mais relevante. Embora haja evidências de que o vírus SARS-CoV-2 tenha tido disseminação natural, com origem em selvagens, como indica o Portal do Butantan, a gravidade e o potencial de transmissão acelerada da doença mostra a importância de evitar escapamentos acidentais de agentes patogênicos.

Pensando nisso, preparamos um post para que você possa aprender um pouco mais sobre esse tema, inclusive os erros mais comuns quando o assunto é biossegurança nas empresas. Atente-se ao conteúdo e aproveite as dicas!

O que é biossegurança?

A palavra biossegurança carrega um importante significado. “Bio” se refere à vida em nosso planeta e “segurança”, como o próprio nome já diz, se relaciona com a proteção e o afastamento de perigos. 

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a biossegurança é (com formatação de acordo com o documento original):

“Condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente.”

Em outras palavras, ela visa diminuir as ameaças e os perigos que possam ser gerados com a manipulação de biotecnologias, como os microrganismos, plantas e outros materiais de estudo. 

Existem três ideias importantes dentro do conceito de biossegurança. Veja:

  • risco biológico — produzido pela exposição não controlada a biotecnologias e riscos biológicos que podem ocasionar doenças;
  • confinamento biológico — diz respeito às medidas necessárias para evitar que agentes biológicos capazes de gerar doenças infecciosas saiam do seu lugar de origem (como centros de pesquisa);
  • bioproteção — trata-se de reduzir o risco de perda, uso incorreto, roubo ou liberação de agentes patogênicos e toxinas durante o armazenamento de materiais.

Como e onde ela deve ser aplicada?

O conceito de biossegurança inclui todos os processos de pesquisa, desenvolvimento e outras atividades profissionais relacionadas ao assunto. À medida que o tempo passa, as necessidades de nossa sociedade ganham novas formas e a pesquisa científica precisa acompanhar essas mudanças.

Então, a biossegurança é uma forte aliada da prevenção de acidentes, do uso consciente dos recursos de nosso planeta e da melhoria da qualidade dos produtos do mercado. Assim, vai ao encontro das relevantes preocupações sobre sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

Algumas das medidas que devem ser adotadas em sua empresa são:

  • uso de álcool gel para a esterilização das mãos de seus funcionários;
  • descarte correto dos equipamentos e materiais utilizados no processo produtivo;
  • proteção contra radiações emitidas por equipamentos;
  • criação de um ambiente de trabalho ergonômico e seguro;
  • eliminação dos vetores biológicos;
  • sinalização adequada, acompanhada de mapas de risco;
  • conscientização de sua equipe de trabalho em relação à importância do manuseio adequado de suas ferramentas e utensílios, especialmente os de uso coletivo, como maçanetas, telefones etc.

Essas e outras ações se enquadram nos princípios da Biossegurança. Veja quais são eles!

Regras

Todos os trabalhadores que manipulam agentes biológicos devem conhecer os riscos envolvidos e os protocolos de manuseio para fomentar a biossegurança, o que se dá por meio da conscientização das equipes, de palestras e de treinamentos específicos.

Universalidade

As medidas de biossegurança se aplicam a todos os envolvidos no manuseio de agentes biológicos, independentemente de hierarquia. Isso porque os riscos são de impacto coletivo e qualquer pessoa está suscetível à contaminação por microrganismos patogênicos. 

Barreiras

A contaminação biológica deve ser evitada por meio de barreiras, sendo elas:

  • primárias — incluindo os equipamentos de proteção individual (EPIs);
  • secundárias — referentes às medidas coletivas, como sistemas de ventilação, isolamento de áreas de trabalho, cabines de segurança, lava-olhos etc. 

Também é considerada uma medida de barreira a imunização por meio de vacinas.

Eliminação

Todos os resíduos gerados pela manipulação de agentes biológicos devem ser descartados conforme os procedimentos específicos, de acordo com sua tipologia, para evitar a contaminação ambiental e populacional.

Qual é a importância da biossegurança?

Investir na biossegurança no ambiente laboral pode gerar uma série de vantagens. Veja a seguir quais são as principais!

Diminuição dos riscos à saúde dos trabalhadores

Entre os principais benefícios de seguir as normas de biossegurança está a minimização dos riscos inerentes à saúde dos integrantes da equipe. Ações simples, mas fundamentais, como a identificação dos principais agentes nocivos e o oferecimento dos EPIs adequados já geram resultados incríveis.

Garantia da saúde da população

A biossegurança no local de trabalho assegura que nenhum agente causador de riscos saia de dentro da empresa e se dissemine pela população. Essa é uma das grandes finalidades da sua aplicação, que busca realmente ser usada como uma estratégia eficiente de manutenção da saúde pública. Cenários recentes, envolvendo o contágio provocado pelo Coronavírus, apontam essa importância.

Preservação do meio ambiente

Outro ponto relevante é que a aplicação de boas práticas de biossegurança gera vantagens, também, para o meio ambiente. Por exemplo, uma instituição de saúde lida com diversas substâncias tóxicas e potencialmente perigosas ao meio ambiente. Por este motivo, ações de segurança, tanto para manusear as substâncias quanto para armazená-las e descartá-las, precisam ser seguras e efetivas.

Melhora na qualificação profissional dos envolvidos

As normas de biossegurança exigem treinamentos frequentes para os profissionais que estão expostos aos riscos. Dessa forma, eles se tornam cada vez mais qualificados e familiarizados com os métodos adotados, o que vai garantir um aumento na qualidade das tarefas executadas e, consequentemente, resultados mais satisfatórios.

Qual é a relação entre a biossegurança e a tecnologia da informação?

É importante destacar que a tecnologia da informação se tornou crítica na garantia de biossegurança. Afinal, ela é parte integrante da gestão de conhecimento, necessária para favorecer a reflexão da sociedade em torno da proteção ambiental e populacional.

Com o auxílio de softwares inteligentes, de máquinas cooperativas e até mesmo de canais para a busca e o compartilhamento de informações, em especial a internet, a Biossegurança avança. Não apenas por colaborar com a produção de conhecimento, mas até mesmo no enfrentamento de riscos biológicos. 

Conseguimos nos apoiar na tecnologia da informação para entender melhor aspectos como:

  • doenças emergentes e reemergentes;
  • locais com risco biológico elevado;
  • bioterrorismo;
  • predação ambiental;
  • possibilidades de gerenciamento de riscos.

Como a biossegurança é fiscalizada no Brasil?

No Brasil, temos a Lei da Biossegurança (Lei nº 11.105/2005) que, entre outras coisas, cria o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS). Além disso, torna obrigatória a formação de uma Comissão Interna de Biossegurança em todas as empresas que realizam pesquisas com organismos geneticamente modificados.

Também vale a pena observar a NR 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde), além de outras normas regulamentadoras para a garantia da saúde e da segurança de acordo com a especificidade do segmento de cada empresa. 

Todos os segmentos devem observar as normas de biossegurança?

Um grande problema que ocorre em alguns segmentos, é achar que as ações de biossegurança estão restritas à área da saúde. No entanto, essa é uma ideia errada, tendo em vista que todos os setores devem tomar certos cuidados para minimizar os riscos inerentes ao espaço laboral, população e meio ambiente. 

Por exemplo, um negócio que desenvolve produtos de limpeza, pode contaminar as águas da cidade com o descarte incorreto dos resíduos.

Outra questão, é que o conceito de biossegurança também está ligado aos cuidados que os profissionais precisam tomar em suas atividades. Quando o assunto é segurança do trabalho, esse conceito está interligado. Assegurar o uso correto dos EPIs é somente um exemplo de como essa prática deve estar presente nos mais diversos segmentos.

A implementação dos protocolos de biossegurança, então, deve ser usada em diferentes áreas e finalidades, com alguns pontos de atenção quando falamos de ambientes como: instituições de saúde (laboratórios, clínicas, hemocentros etc.) e indústrias. Ou seja, independentemente da atividade desenvolvida no ambiente de trabalho, a biossegurança agrega o seu valor. 

Como o intuito é sempre detectar riscos, identificar ameaças em potencial e garantir proteção para todos os integrantes do time que fazem parte do local, essa precisa ser uma prioridade dentro de qualquer instituição para assegurar que o impacto das funções seja o menor possível para todos os colaboradores.

Qual é o papel dos EPIs?

Os EPIs são parte fundamental de um plano de biossegurança e, como você viu, fazem parte do princípio de barreiras. Além de proporcionarem a segurança individual diante da exposição a certos riscos ambientais, os EPIs ajudam a evitar a propagação e, assim, diminuir as chances de contaminação.

Com o uso adequado de EPIs no dia a dia das empresas, há uma prevenção muito mais eficiente de danos à saúde do colaborador e ao meio ambiente. Isso vale especialmente para empresas com atividades de manipulação biológica, uso de radiação e contato com agentes patogênicos.

Entre os EPIs mais importantes nesse sentido, estão:

  • aventais — são essenciais para proteger a região do tórax de possíveis resíduos de contaminação. Quando se trata de atividades relacionadas à radiação, o ideal é que esse EPI seja de chumbo;
  • óculos de proteção — os óculos evitam que o colaborador tenha contato com partículas ou microrganismos a partir dos olhos, uma região bastante suscetível à contaminação;
  • protetores de gônada — são EPIs destinados à proteção extra dos órgãos reprodutores, masculino e feminino, que são mais sensíveis aos efeitos de alguns agentes ambientais, especialmente a radiação;
  • luvas descartáveis — em atividades operacionais nas quais há riscos biológicos, as luvas descartáveis são absolutamente necessárias para que o colaborador seja protegido de contaminação. Lembrando que o descarte correto é essencial para que não haja propagação dos agentes;
  • calçados de segurança — da mesma forma, o uso de calçados adequados é um dos passos para a biossegurança, de preferência, com áreas de higienização próprias e cuidados na conservação eficiente do material.

Por que é necessário entender o foco nas necessidades do cliente?

Para revendedores de EPI, entender o que é biossegurança e, principalmente, qual é o papel dos EPIs na sua manutenção, é essencial para que as vendas tenham um propósito alinhado às necessidades do cliente. Em outras palavras, o fornecimento dos equipamentos adequados deve ser cuidadoso.

Por exemplo, empresas com alto grau de riscos biológicos precisam contar com EPIs:

  • resistentes — que garantam uma boa vedação e consequente proteção a contaminações;
  • confortáveis — para que não se tornem empecilhos na rotina profissional do colaborador, que não pode se sentir desmotivado a usá-los;
  • dentro da validade — com Certificados de Aprovação válidos, não somente para evitar problemas com fiscalizações, mas também para que tenham seu potencial de proteção sempre em dia, entre outros aspectos.

Por todos esses motivos, a revenda de EPI é protagonista na manutenção da biossegurança. Cartelas de equipamentos amplas, versáteis e sobretudo de qualidade, são essenciais para que as necessidades do cliente não se percam de vista.

Quais são as classificações de riscos biológicos?

Uma gestão eficiente precisa criar um plano de ações que possibilite a visualização dos riscos biológicos existentes. Assim, vale a pena começar pela observação das classificações de risco. Veja:

  • risco 1 — agentes biológicos que têm potencial de contaminação baixo ou nulo;
  • risco 2 — também chamado de risco moderado, ele determina os casos nos quais as infecções e as contaminações devem ser consideradas;
  • risco 3 — agentes biológicos que apresentam riscos reais ao ambiente e aos funcionários;
  • risco 4 — casos nos quais há um elevado grau de contaminação e propagação de agentes patogênicos.

O mercado consumidor está cada vez mais exigente. Desse modo, a fim de alcançar seus objetivos e ganhar notoriedade em sua gestão, um técnico de segurança do trabalho deve prestar um serviço de qualidade. Isso só pode acontecer com o acompanhamento das tendências e das exigências de sua gestão.

Quais os erros mais comuns de biossegurança?

Depois de entender o conceito de biossegurança e como esta deve ser aplicada na empresa, é hora de olharmos para os erros mais comuns em relação a ela. Identificando-os na sua prática, você terá facilidade em corrigi-los. Confira!

Deixar que os procedimentos virem rotina

Embora para manter altos níveis de biossegurança na empresa seja uma boa ideia criar uma rotina, também é um risco se deixar cair nela. Afinal, o uso de agentes químicos e procedimentos de segurança deve ser sempre feito com a maior atenção possível e não no automático.

O erro mais comum é se adaptar às normas e não pensar fora delas. O risco de se deparar no dia a dia com uma situação diferente das quais foi treinado é grande e conhecer os conceitos de biossegurança fará toda a diferença na destreza do profissional ao lidar com esses procedimentos, inclusive, sabendo como improvisar quando for necessário.

Tornar automáticos os procedimentos de biossegurança pode trazer riscos adicionais. Por isso, sempre aborde a biossegurança como se ainda estivesse em treinamento e atento para todos os riscos que ela pode proporcionar.

Não ler a recomendação de novos produtos químicos

Esse erro é parecido com o anterior. O hábito é um péssimo companheiro da segurança porque nos faz descuidar de avisos que estão claros à nossa frente. Um deles é, ao trocar de produtos de biossegurança, não fazer a leitura das embalagens.

Mesmo que trabalhe com um mesmo composto químico ou item de fórmula muito parecida com os demais que utiliza no dia a dia, ao adotar um novo produto, o colaborador deve tirar algum tempo para ler a embalagem e as recomendações de segurança específicas dele. Analisar a bula e estudá-la cuidadosamente pode evitar acidentes simples que passariam despercebidos sem esse esforço.

Ignorar a maneira adequada de armazenar os produtos

Os produtos de biossegurança têm necessidades específicas em relação à armazenagem. Em geral, elas estão delineadas na embalagem ou na bula desses itens. Qualquer erro na armazenagem de um produto pode tornar o manuseio ainda mais arriscado, devido a reações químicas que podem acontecer fora do ambiente recomendado de armazenagem.

Por isso, ficar atento à maneira como guarda os produtos é também uma medida de segurança. Evitar esse erro também ajuda a economizar, já que os produtos de biossegurança, muitas vezes, são caros. Assim, quando armazenados incorretamente, podem perder a função e devem ser descartados para, em seguida, serem substituídos.

Confiar em protocolos ineficazes

Se ater a hábitos já é perigoso para a biossegurança quando eles estão todos corretos. Contudo, é ainda pior quando os seus protocolos hospitalares são ineficazes ou pouco eficientes. Por exemplo: o uso de macacões e botas descartáveis é comprovadamente ineficiente, mas faz parte do repertório de biossegurança de muitas empresas.

Os funcionários perdem tanto tempo cumprindo esses hábitos que não conseguem se ater àqueles que fazem a diferença, como o correto armazenamento dos produtos químicos ou o banho de desinfecção. 

Verificar a eficiência dos seus protocolos com a ajuda de um profissional de Segurança do Trabalho e eliminar aqueles passos que não fazem diferença vai tornar os seus protocolos mais simples de serem cumpridos e, consequentemente, mais eficientes.

Quais são os riscos de negligenciar a biossegurança?

Sem iniciativas para redução de riscos dentro do negócio, uma gestão pode sofrer consequências judiciais e financeiras. Por isso, a atuação de um técnico em segurança do trabalho deve ser pautada em conceitos sólidos e reais para pensar na manutenção da saúde humana, animal e ambiental.

Além disso, pelo forte potencial de contaminação dos agentes químicos e biológicos — capazes de gerar consequências desastrosas —, negligenciar as medidas de biossegurança é deixar de proteger a integridade física de pessoas e do meio ambiente. 

Por exemplo, um caso emblemático foi o acidente com Césio-137, que ocorreu em 1987 em Goiânia. Devido ao manuseio inadequado de um equipamento de radioterapia abandonado, houve um vazamento de vários fragmentos de 137Cs, que expôs a população e o ecossistema a graves riscos de radiação.

Agora que você conhece o conceito de biossegurança, viu que ele é essencial para a manutenção da saúde dos funcionários e, também, está ligado à preservação da natureza. Ter um plano com iniciativas voltadas para esses objetivos possibilita um ambiente de trabalho saudável, consciente e seguro.

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